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.Por Fernando Leme do Prado
Este relato, com razoáveis características históricas, é resultado de lembranças e memórias a partir de documentos encontrados e elaborados em diferentes épocas, assim deve ser visto com certa benevolência, pois não tem o rigor científico que um trabalho acadêmico requer. Digo isto porque suas origens fazem parte de uma monografia do final dos anos 1970, nos meus tempos de mestrando na Faculdade de Educação da Universidade de Campinas, cujo objetivo era recuperar dados sobre a criação da Escola Professor Luiz Rosa, aqui em Jundiaí, fundada no dia 4 de maio de 1917.
Localizamos alguns documentos, inclusive manuscritos atribuídos ao próprio Luiz Rosa, fundador da escola, além de entrevistas com ex-alunos e ex-funcionários com muitas lembranças, mas pouca confiabilidade das informações, pois foram extraídas de suas memórias, algumas longínquas, sujeitas às interpretações que o nosso cérebro nos impõe com o passar do tempo. Estamos falando de um período no qual os registros não eram acurados e não dispúnhamos das facilidades digitais que temos hoje. Lembrando sempre da obsolescência de muitos dos materiais que eram utilizados à época e que acabam prejudicando a qualidade e a precisão dos documentos encontrados.
O professor Luiz Felippe da Rosa, nascido no Rio de Janeiro, fundou algumas escolas pelo interior paulista em cidades como Piracicaba e Campinas que não prosperaram em função de fatores financeiros ou sanitários, entre outros. Eram, sem dúvida, outros tempos e os nossos referenciais de hoje podem nos induzir a uma análise inapropriada do que realmente pode ter acontecido. Como exemplo, se tem notícia de que a escola de Campinas, por volta de 2006, encerrou atividades em função de uma pandemia. O fato é que no início da década de 1910 ocupava ele a função de vice-diretor do colégio Hydecroft, aqui em Jundiaí, na atual Praça Ruy Barbosa, pertencente então à família Quartim de Moraes.
Por um desses motivos que elencamos acima, não se sabe com segurança, os donos do Hydecroft decidiram descontinuar a instituição e o professor Luiz Rosa resolveu dar sequência ao período letivo em uma escola com o seu nome, provavelmente com os mesmos alunos e até o mobiliário. Só mudou o endereço para a esquina das ruas Barão de Jundiaí com a Padroeira. A data? 4 de maio de 1917.
Assim, nosso Ginásio Rosa, Escola Técnica de Comércio Professor Luiz Rosa ou Escola Professor Luiz Rosa, como é denominada hoje, e por onde passaram um contingente altamente relevante de alunos, professores e funcionários, completará 105 anos agora no começo de maio. Como empresas centenárias não completam tantas primaveras se não tiverem méritos inquestionáveis, o Professor Luiz Rosa, certamente, deve estar muito satisfeito com seus sucessores, que preservaram seu nome por mais de um século.
Fernando Leme do Prado foi diretor do Rosa de 1972 até 2012. É Doutor em Educação (PUC-SP), Mestre em Educação (UNICAMP), Especialista em Educação Profissional e Tecnológica, Licenciado em Matemática, Física e Pedagogia, Autor dos livros: “Os novos cursos de graduação tecnológica” e “ Metodologia de Projetos” e colunista. |
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